When You Believe- Whitney Houston, Mariah Carey

sábado, 16 de outubro de 2010

Telhado verde do Cantinho da Biosfera

Telhado verde do Cantinho no Biosfera
Mais uma fabulosa reportagem do programa Biosfera, desta vez sobre telhados e coberturas verdes, onde o nosso recente telhado verde tem lugar de destaque. Convém referir que este talvez seja o primeiro e único telhado verde em modo de produção biológico do país!!! Poderá ver a peça na íntegra aqui, no melhor programa da televisão portuguesa.

domingo, 10 de outubro de 2010

Alguns Sistemas Construtivos Ecológicos e não só


Construções em Terra Barrocal


Tijolo em Adobe


Obras a fazerem-se em Adobe


A minha opinião:
Gostei muito ver esta obra a ser feita, porque em criança como não tinha net, a minha criatividade fez com que cria-se uma casa no pinhal ao lado da minha casa, e era uma obra sustentável, que para dormir, fomos buscar Musgo, juntamos diversos fios e cruzamos os fios todos que tinhamos e prendemos aos eucaliptos e pinheiros que tinhamos ao nosso lado na nossa casa, e depois com umas plantas selvagens que existe no pinhal que agora não sei o nome, cobrimos e fizemos uma casa que se podia lá estar no Verão e brincar na boa.
A pobreza por vezes não é má, bem pelo contrário, quando não temos como brincar, criamos nós as nossas brincadeiras e as nossas casas e como brincar às casas em cima das laranjeiras perdeu a graça, tivemos que criar e eu que sempre gostei de criar tudo, meti todo o pessoal a funcionar isto com os meus 7 anos, aos 11 anos.
Até os jogos com água e latões criamos e muito mais, agora net e passar lá o tempo em casa enfiada, nem pensar amo a minha infância e adolescência, pois sempre criei.
Até um taco de Golf criei, com os meus 8 anos e jogava sem saber que era Golf, pois não cresci perto dele e os meus pais nem sabiam o que era, mas eu criava sempre tudo, era tacos de golf, casas, flexas, jogos, não podia deixar é de criar, acreditem que adoro-me imenso.

Hoje a minha vida mudou muito do que ela era, mas agradeço tudo que passei, porque hoje dou um valor à vida que poucas pessoas que nascem com tudo dão, até porque hoje vivo numa casa com 17 divisões somente, mais 10 divisões do que a minha antiga casa e tenho ambas, mas na casa uso tão poucas as divisões, que é excelente para perdermos dias a arrumá-la e excelente para gastar dinheiro em aquecimento central, mesmo com vidros duplos e muito mais, por isso não invejem, vejam os prós e os contras e lembrem-se daquilo que vos disse no parágrafo anterior.

Hoje digo-vos não cometam essa asneira, porque mais tarde o vosso filho sai de casa e quem casa, quer casa, por isso não cometam o mesmo erro que os meus pais e que foi um dos meus pedidos, que era o meu pequeno sonho em criança e realizei até hoje todos os meus sonhos materiais e não lhes dou valor nenhum, mas faço por os manter sempre e lutarei para ter outros, mas não casas, mas sim novas construções para o mundo melhor, que essa é a razão de Deus me dar mais de 17 vidas, sou pior que os gatos que têm 7, mas confesso que nasci no mês deles, talvez por isso tenha tantas vidas.ahahah
Nunca fiquem triste pelo que são ou pelo que foram, porque a vida é um destino a traçar e dependendo do horizonte que escolhem, ela pode dar-vos frutos ou não, depende muito de vós e depende como são com o próximo e agem e como acreditam em vós e em Deus.
Vou continuar com alguns vídeos, vejam-os.
Muito Obrigado pela vossa atenção,
Lénia




Construção em Taipa



Vejam como algumas casas no México e no Haiti ou Haity são feitas:




Construção em Superadobe


Um tipo de obra muito interessante e que muitos deviam abrir os olhos para fazerem a diferença aqui no nosso país. Mais não vos digo, vocês é que são donos do vosso próprio destino.


Para ninguém morrer à fome temos aqui um outro estilo de construção.
Cuidado com quem vão viver e a quem vão fazer este tipo de obra:
Construção em Fardos de palha
Ahahah






Construção em Paper Create

Valorizem bem o que têm e dêem mais valor, porque por vezes algumas construções são feitas de alguns modos que ninguém espera, por isso olhem sempre bem à vossa volta como economizar e como construir algo nosso e sem muitos custos.
Observem mais, que a observação é sempre essencial para quem cria e para quem quer mudar o mundo, tal como o pensamento, pois podermos criar a nossa obra é sempre bom.

Construção com Pneus (Earthships)
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Construção em Cob




Construção em Cordwoob




Construção em Domes


Construção em Ferrocimento





Bem aqui vos deixo diversos tipos de construção e de reflexão, do que têm feito pelo vosso país e com quem lidam, pois as novas obras que hoje se faz, não têm pés nem cabeça, acreditem, parem com orgulho de quererem mais que depois de terem, não vão valorizar o que têm e lutam uma vida inteira para isso e depois cansam-se.
Bem espero que tenham uma boa semana e façam excelentes construções.
Muito obrigado pela vossa atenção;
Lénia
06h38
11-10-2010

Alguns Projectos Ecológicos

Olá Leitor, ou Visitante ou Arquitecto ou Eng.Civil, estão bons?
Bem. hoje vou deixar-vos aqui diversos tipos de Construção Sustentável, já que estou a criar este blog que neste momento estou numa especialização com esse nome e o objectivo aqui, é deixar ideias e construções Sustentáveis, e educar uma sociedade e sensibilizar as pessoas a procurarem e fazerem este género de Construção.
A todos muito obrigado pela vossa visita,
Lénia

Algumas Obras Ecológicas e Projectos:








E porque os jardins também valorizam uma casa deixo aqui dois deles, espero que gostem.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Makazi`s Guest House-Uma Fundação ecológica e que faz pequenos Milagres


This little gem must truly be one of the greenest buildings in Cape Town. Set in the heart of the Indlovu Project - a community development initiative of the Shaster Foundation for Community Development - Makazi's guest house serves many important functions. Guests can enjoy a taste of township life while cosily living in the building constructed from sandbags and eco-beams by the local community.

All income from the guest house is used to fund the soup kitchen that serves hundreds of people a week, the community clinic and the youth learning centre.

Creative recycling and energy conservation are at the heart of project. Inside the guest house one can find all kinds of 'wow factor' items, from a watering can lamp to bucket lampshades, stacked pallets as a coffee table to a recycled office desk holding the sink unit in the kitchen. Solar power heats the water, the appliances run on gas and the toilet system uses earthworms. Perhaps the most astounding feature is the 'truth window' showing he inside story behind the construction... sandbags and eco-beams. This South African building system is used in all the large community centre as well. Lucia Brain, a young Cape Town designer, is the creative force behind the charming and colourful interior of Makazi's.

The Indlovu Project was started in 2005 when Di Womersley met with Buyiswa Tonono. Their passion, drive and enthusiasm for helping the community has resulted in an awe-inspiring set of public facilities that offer opportunities to everyone in this squatter camp. The investment amounts to well over R2 million and has resulted in a clinic, a youth centre, an education centre, a skills development workshop, a large community hall that also doubles as a cinema, a small shop and a creche. Even more amazing is the fact the in December 2008 the entire project burned down and has been rebuilt, bigger and better than before. Self-sustainability is an intrinsic part of the Indlovu ethos, so a volunteer organisation and guest house were constructed to bring not only income, but also skilled volunteers into the community. Anyone visiting the Indlovu Project and Makazi's Guest House can only be inspired by the positive energy and great South African spirit that is evident all around.

Our goals
To provide a unique and authentic township destination for visitors that will generate the funds we need to buy medicines for our clinic and supplementary food for our soup kitchen.

Our main aim is to provide visitors with a memorable experience, while making sure they are safe, comfortable and able to enjoy good food, good coffee warm and comfortable beds as well interesting interaction with our friendly neighbours.


Local activities
Monwabisi beach is 4 kms away
Cape Winelands begin 10kms away
Wolfgat Nature Reserve is on our doorstep


Accommodation
Makazi’s has 3 bedrooms. The ‘President’s Suite’ has a double bed and en suite bathroom (shower only) The ‘Induna’ room has twin beds, a marvellous view of Table Mountain and en suite shower room. The dorm room sleeps 6 in bunk beds, has an en suite shower room as well as sea and mountain views as far as the eye can see.

All beds have feather duvets, hot water bottles and good quality linen.


Public Room
The kitchen, dining are and lounge room are shared between all guests.


Staff
Mama Hazel and Sissie Andiswa look after guests with loving care. Andiswa lives right next door and is on call 24 hours a day. Any requests like laundry, or a guide to take visitors on a walkabout are handled efficiently by either of them.


Meals
Guests usually stay on a dinner, bed and breakfast basis, but lunch (either in the guest house or as a picnic) can be provided by special arrangement.

Breakfast consists of fruit, fruit juice, cereal or porridge, eggs, toast, coffee/tea and homemade baked goodies such as scones, muffins or pancakes.

Dinner is usually a main course of traditional African food with a light dessert, and coffee or tea. All our meals are homemade with loving care.

General
•Hairdryer available

•Airport transfers and tours can be arranged

•Affiliate member of FEDHASA


GALLERY







Email:

office(at)shaster.org.za

info(at)shaster.org.za


Tel: +27 (0)21 657 1026
Fax: +27 (0)21 657 1024
Mobile: +27 (0)83 375 0988

Street Address:
Indlovu Project
Off Mew Way
Monwabisi Park
Khayelitsha
Cape Town

Postal:
P O Box 53066
Kenilworth
Cape Town
7745
Rates:
Per person for dinner, bed and breakfast

President’s suite R450
Induna room R350
Dorm room R250


Directions:
From N2 Cape Town- Travel along the N2 past the airport and the R300 interchange. Take the next exit (25) onto Mew Way. From there it is approximately 6 kms along Mew Way. You will pass the Lookout Hill viewing platform on the left, and the South Peninsula college on the right. The Steve Biko intersection is next, then slow down as the white signboard to the project is on the right just in front of a blue Vodacom container. Turn in there and weave around the shacks to the double storey buildings on the left.


Links:


Facebook:
http://www.facebook.com/#!/group.php?gid=130691890294810


Flickr photo gallery:
http://www.flickr.com/photos/indlovuproject/


Getaway listing:
http://www.getaway.co.za/directories/makazis-guesthouse.html


See reviews on Tripadvisor here:
http://www.tripadvisor.com/Hotel_Review-g1722390-d1762413-Reviews-Makazi_s_Guest_House-Cape_Town_Western_Cape.html


Shaster Foundation:
http://www.shaster.org.za



http://www.makazis.co.za/

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Centro de interpretação de Mapungubwe

Centro de interpretação de Mapungubwe
Um centro cultural em África
por CLÁUDIA MELO
26 Setembro 2010


Neste projecto, a ecologia é entendida como promoção e melhoria do meio ambiental e social, aspectos indissociáveis para uma economia mais consciente do valor da natureza e das pessoas.

O Centro de Interpretação de Mapungubwe, da autoria do arquitecto Peter Rich, é o grande vencedor dos Earth Awards 2010 (Prémio da Terra), na categoria Arquitectura, que visa promover e inspirar uma nova economia e novos consumidores no mundo inteiro. Aqui, ecologia é entendida como promoção e melhoria do meio ambiental e social, aspectos indissociáveis para uma economia mais consciente do valor da natureza e das pessoas.

E na atribuição do prémio, o júri realçou a riqueza e complexidade do Centro: é, simultaneamente, um exemplar de "arquitectura pobre" - edifício de muito baixo custo que recorre a tecnologias e métodos ancestrais -, com um forte impacto na economia e na comunidade local, e com um sentido estético de celebração da experiência da arquitectura enquanto objecto e relação com o lugar.

Situado na África do Sul, na confluência dos rios Limpopo e Shashe , o Centro implanta-se numa "mesa", formação geológica que resulta da alteração do curso do rio Limpopo, que inicialmente desaguava no oceano Atlântico, passando a desembocar no oceano Índico.

Este sítio, que se estende ao longo de um quilómetro, foi considerado sagrado por diversas tribos locais, albergando fauna e flora de espécies ancestrais, e que são o objecto da visita e do Centro.

A par da geometria, o sítio foi a fonte de inspiração para a edificação do Centro. "O resultado é uma composição estrutural que está autenticamente enraizada no local" e que se organiza segundo três níveis.

A primeira ordenação é geométrica, em que os edifícios do centro se implantam formando um triângulo equilátero, forma recorrente em antigas construções locais, como as pedras encontradas na colina Mapungubwe.

A partir desta primeira é criado um segundo sistema, que corresponde ao edifício propriamente dito, feito de diversos volumes de formas ondulantes, que resultam das suas coberturas em arco e abobado que ora saem abruptamente do chão, evocando o acontecimento geológico das antigas "mesas", ora organizam espaços habitáveis celebrando antigas culturas do local.

Construídos à base de alvenaria de terra e pedra, estes volumes possuem uma qualidade "intemporal" ou universal, que resulta da sua forma e material. Interiormente, criam espaços ctonianos, escuros e sombrios, que evocam as formas mais ancestrais do habitat humano - a gruta e caverna. Exteriormente, todos estes espaços encontram--se ligados através de terraços, espaços de estar que privilegiam a vista para a envolvente e o sol.

Um terceiro e último sistema é feito a partir de caminhos e percursos, ao ar livre e debaixo de árvores, delicados e sinuosos que contrastam com a força e a rudeza dos volumes construídos.

Além da ecologia e da universalidade, a consciência social também faz parte do projecto. Assim, os operários do Centro foram os desempregados locais sem formação em construção, a quem foram ensinadas as técnicas ancestrais de construção e, principalmente, um ofício.

"Por isso, o Centro não só conta uma história como também faz parte de uma história em evolução, de uma cultura que se desenvolve em simbiose com o seu legado natural", conclui o arquitecto.

Lareiras Ecológicas Bioétanol

Lareiras Ecológicas Bioétanol
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Os nossos modelos funcionam com bioétanol, uma energia renovável 100% natural de origem biológica e agrícola (beterraba, cana de açucar) destilado finamento, só libertam vapor de água e gás carbónico (equivale 3 velas de cera), sendo este totalmente inofensivo, não necessitam de qualquer conduta de exaustão, não libertam nem cheiro, nem fumo, nem cinzas !



O design foi criado para uma decoração interior ou exterior, o que permite um ambiente mais requintado e caloroso.



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Dedutível no IRS 30 %


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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Construção em terra é alternativa económica e sustentável, defende especialista

Construção em terra é alternativa económica e sustentável, defende especialista

A construção em terra é uma boa alternativa económica e sustentável para a arquitectura contemporânea, nomeadamente a habitacional, defende uma especialista da Universidade de Coimbra, organizadora de um seminário internacional sobre o tema.

“É de baixo custo e acessível em qualquer parte do mundo”, disse à agência Lusa Maria Fernandes, arquitecta, ligada ao Centro de Estudos Arqueológicos da Universidade de Coimbra e membro da organização do 6.º Seminário de Arquitectura de Terra em Portugal/9.º Seminário Ibero-Americano de Arquitectura e Construção com Terra, a realizar nos dias 21 e 22 na sua instituição.

Na sua perspectiva, trata-se de uma construção de custos muito mais baixos, que permite a produção dos materiais e tem custos energéticos menores, dada a sua elevada eficiência térmica.

Até algumas fragilidades, como a resistência a sismos, tem vindo a ser melhorada, com técnicas que aconselham uma construção o mais equilibrada possível, a utilização de redes de malhas plásticas nas paredes e o escoramento com vigas em madeira.

Embora seja um tipo de construção muito utilizada para resolver problemas em países pobres, a arquitectura de terra tem vindo a integrar projectos contemporâneos, designadamente nos Estados Unidos da América (Texas, Califórnia e Novo México), na Suíça ou na Alemanha.

Também em Portugal se assiste a uma recuperação desta técnica milenar na arquitectura contemporânea, nomeadamente em projectos de Alexandre Bastos, Graça Jalles, Henrique Schreck ou Teresa Beirão.

A arquitecta Maria Fernandes considera que em Portugal os exemplares mais significativos de arquitectura de terra são as construções de castelos em taipa militar, do período de islâmico, do domínio Almóada, como os de Alcácer do Sal ou de Paderne.

Do século passado, nomeadamente no Alentejo, há exemplos de um cineteatro em taipa ou de montes, mas este tipo de construção está disseminada por Portugal.

No património classificado pela UNESCO encontram-se núcleos habitacionais onde a arquitectura de terra é utilizada, como nos centros históricos de Évora, Porto, Guimarães e Angra do Heroísmo.

No resto do mundo são mais de 100 os sítios e perto de um milhar os bens com a classificação como património da humanidade, nomeadamente no Brasil, México, Gana, França, Azerbaijão, Japão, Guatemala, Argélia ou Irão.

Neste seminário, a decorrer em Coimbra, a 21 e 22, estarão presentes cerca de duas centenas de investigadores e profissionais estrangeiros ligados a áreas como a arqueologia, arquitectura, engenharia, antropologia e história.
O programa do evento, no qual serão apresentados mais de uma centena de artigos, está estruturado em quatro painéis – “Arqueologia, Arte e Antropologia”, “Património e Conservação”, “Técnicas, Construção, Investigação e Desenvolvimento” e “Arquitectura Vernácula e Contemporânea”.

A preceder o seminário, no dia 20, realiza-se uma oficina teórico-prática de construção com terra, e para o dia 23 estão programadas visitas a Conímbriga e ao património arquitectónico em adobe no concelho de Ílhavo.

A 24 realiza-se a 9.ª Assembleia Geral da Rede Ibero-Americana PROTERRA, uma organização de cooperação técnica que promove a investigação e o desenvolvimento da construção em terra e que conta com mais de 100 membros da Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela.

O 6.º Seminário de Arquitectura de Terra em Portugal/9.º Seminário Ibero-Americano de Arquitectura e Construção com Terra é promovido pelo Centro de Estudos Arqueológicos da Universidade de Coimbra, Fundação para a Ciência e Tecnologia, Escola Superior Gallaecia, Fundação Convento da Orada, Associação Centro da Terra e Rede Ibero-Americana PROTERRA.

Fonte: Jornal Construir - http://www.construir.pt/

World Architecture Festival OTO + Jorge Graça Costa Architect












Casas amigas do ambiente

Apesar das inúmeras vantagens, a esmagadora maioria dos edifícios construídos em Portugal não tira partido da arquitectura bioclimática.

Texto de Marisa Antunes

São edifícios energeticamente mais inteligentes e, acima de tudo, onde impera a comodidade térmica. Quentinhas no Inverno, frescas no Verão, sem problemas de acústica e ruídos, as casas construídas a partir dos princípios da arquitectura bioclimática só oferecem vantagens — mas, mesmo assim, ainda não conquistaram o espaço que deveriam ter no universo habitacional português.
“Não existe qualquer justificação para que um edifício elaborado de raiz com estratégias bioclimáticas se torne mais dispendioso ou esteticamente menos atraente que outro que não as incorpore. A eficiência energética começa logo na planificação, mais propriamente na fase de projecto, pois recorrendo-se aos princípios básicos da arquitectura bioclimática é possível, sem acréscimos de custos, conceber soluções que proporcionem de forma natura1 o conforto ambiental do edifício, tanto térmico como acústico ou de luminosidade, que de outra forma só seria possível actuando activamente sobre o edifício”, explica o arquitecto Jorge Graça Costa, que foi premiado no concurso de ideias de eficiência energética, ‘International Design Competition Osaka, Energy, Sustainable and Enjoyable Life’, organizado pela Japan Design.

Lívia Tirone, uma das maiores especialistas em arquitectura bioclimática em Portugal, reforça: “Quanto mais a montante e mais cedo se decide que é relevante a optimização do desempenho energético-ambiental do edifício, menos impacto tem esta decisão sobre o custo global da obra”.

Lembrando que “apenas a falta de conhecimento limita ainda adesão dos portugueses a este tipo de a arquitectura”, a responsável do atelier Tirone Nunes salienta que a opção pela construção sustentável tem vantagens inquantificáveis “no conforto e na saúde das pessoas, que por sua vez resultam num menor absentismo”.

Além da “maximização do conforto ambiental (térmico, visual e acústico), interior e exterior” , Livia Tirone destaca ainda a importância da “selecção dos a materiais tendo em consideração a sua durabilidade, (possibilidade de reutilização, reciclagem e impacte sobre a qualidade doar interior”.

Jorge Graça Costa exemplifica com o projecto Jardim de infância e escola básica do Alto da Faia, em Telheiras, da autoria dos arquitectos Jorge Conceição e Rui Orfão, no qual também ele colaborou e que acabaria vencedor do ‘Prémio DGE 2003 Eficiência Energética em Edifícios’.

Este edifício, com 3500m2 de área de construção e localizado numa colina, apresenta uma implantação triangular. “Na sua concepção manteve-se a morfologia do terreno, desenvolvendo-se o edifício sobre pequenas plataformas desniveladas, a fim de manter as cotas existentes e permitir usufruir da insolação e da amp1a vista que o local oferece”, aponta Jorge Graça Costa.

“O projecto da escola foi fortemente marcado pela de optimizar as condições de iluminação natural. Todas as salas de aula estão viradas a Sul, dispondo de amplos envidraçados com adequadas protecções solares interiores e exteriores, o que permite obter níveis de iluminação adequados e evitar situações de encadeamento, promovendo assim o conforto térmico e visual dos utilizadores”, pormenoriza. E lembra que o custo de construção por metro quadrado do edifício enquadra-se na média do custo de construção para aquele tipo de equipamentos.

Nos espaços de duplo pé-direito, além dos vãos a nível inferior foram instalados vãos envidraçados nas áreas superiores das fachadas, permitindo aumentar a profundidade da incidência solar no edifício. Nas fachadas Sul, as protecções solares horizontais permitem reflectir para o interior dos espaços alguma da iluminação natural. No edifício existem também pontualmente soluções de iluminação zenital.

Cuidados de construção que já estão a render. Mais precisamente oito mil euros por ano é o valor da poupança em sistemas de aquecimento e arrefecimento. “Este exemplo comprova que a introdução de estratégias passivas, de modo sensato, na elaboração do projecto de um edifício permite alcançar consideráveis poupanças energéticas”, conclui o especialista.

in Expresso de 9 de Fevereiro de 2007

Arquitecto Jorge Graça Costa: Casa DT

Jorge Graça Costa: Casa DT
(o Arquitecto que eu mais admiro, logo neste meu blog, não posso deixar de mencionar a sua obra e o seu trabalho, como noutros blogs que tenho)










A edificação tem impactos muito variados sobre o ambiente. Na escolha de materiais e processos construtivos estabelecem-se consequências quanto a métodos de extracção dos seus componentes, aos mecanismos da sua transformação, a gastos de energia e emissões associadas, e posteriormente quanto a requisitos de manutenção, demolição, reciclagem. No entanto, raras vezes essas preocupações são consideradas por aqueles que promovem os edifícios ou pelos técnicos que os projectam.
O ambiente construído é um bem relativamente duradouro. A maioria dos edifícios dura muitas décadas, tornando-se importante considerar desde o início o seu longo ciclo de vida. As decisões de projecto não devem por isso reflectir apenas a tentativa de minimizar os custos iniciais da construção, pois vão afectar os consumos de energia que dela vão resultar, a sua capacidade de resistir aos factores de exposição natural e envelhecimento; e até quanto à sua adequabilidade a novos usos não previstos.

A questão da energia é, de todas estas, uma das mais prementes e ameaçadoras para a manutenção de uma boa qualidade de vida. A pressão exercida pelo preço dos combustíveis, as flutuações na oferta e as considerações ambientais que lhe estão associadas fazem com que também na arquitectura este seja um tema merecedor de crescente atenção. Os edifícios consomem uma boa fatia da produção energética de cada país. Melhorar a eficiência dos edifícios quanto ao seu aproveitamento é por isso um objectivo que ninguém pode descurar.

A adequação do desenho de um edifício a características que proporcionem uma melhor eficiência energética não requer necessariamente o aumento significativo de custos de construção. Muitos dos princípios que hoje se categorizam no âmbito da sustentabilidade reflectem preocupações de relação com o território sempre presentes na arquitectura. Mas exige-se hoje que essa prática não dependa apenas de uma intuição empírica, traduzindo-a tanto em conhecimento técnico sistematizado como numa maior exigência quanto aos padrões de qualidade que tutelam a indústria da construção.

A Casa DT, situada em Oeiras, é um exemplo interessante de um projecto que reflecte na sua base muitas destas preocupações. Projectada pelo arquitecto Jorge Graça Costa, trata-se de um objecto compacto que integra tecnologias de construção acessíveis com soluções de desenho adequadas ao enquadramento local, às suas características de exposição e clima.
Este jovem arquitecto português interessou-se desde cedo pela importância da sustentabilidade e eficiência energética em arquitectura. Desenvolveu um trabalho de investigação na área da arquitectura bioclimática, sendo igualmente premiado em diversos concursos nacionais e internacionais. Destaca-se, como mais notável, a medalha de ouro recebida em 2005 no concurso internacional de design promovido pela Fundação Japonesa de Design - exactamente sob o tema «Energy – Sustainable and Enjoyable Life».
O projecto da Casa DT demonstra bem como a eficácia energética resulta não tanto da exibição de meios – tecnológicos ou materiais - mas da sua capacidade em responder racionalmente às muitas exigências que a vivência humana lhe coloca. A casa está implantada num topo de colina com vistas desafogadas sobre a paisagem, o que permite explorar a relação de vistas e o contraste entre espaços sociais (nível inferior) e espaços privados (nível superior) – conjugados em dois volumes que se destacam e servem de motivo à composição. Tomando por base a configuração regular do lote, o edifício acaba por definir-se como objecto simples e compacto, sobressaindo a expressão da estrutura visível e a diferenciação de materiais utilizados. O desenho reflecte preocupações de utilização racional da energia quanto à relação do volume interior de ar e ao funcionamento passivo do edifício no aquecimento e arrefecimento, sem dependência regular de tecnologias activas para manter níveis de conforto satisfatórios. A iluminação natural é potenciada pelas aberturas mais generosas que servem o piso térreo, onde se localizam as zonas de maior permanência, e a iluminação artificial assenta em sistemas de baixo consumo.
Dos traços de concepção da arquitectura à definição adequada de soluções complementares mais específicas, a Casa DT demonstra que é possível conjugar as particularidades locais a materiais e tecnologias contemporâneas, garantindo a coesão entre bom desenho e bom conforto humano. O resultado é notável pela simplicidade, sentido de economia e racionalidade na gestão de recursos, em respeito pelos valores maiores da sustentabilidade ambiental que a motivam.

Jorge Graça Costa: DT House
The act of building has multiple impacts on the environment. There are many consequences to the kind of constructive processes and components applied in architecture: from the extraction of raw materials, transformation and manufacturing impacts, to energy costs and associated emissions, following to requirements on maintenance, demolishing, recycling. And yet, often, these factors are not considered by those who promote buildings or by those who design them.
The built environment is a long-lasting resource. Most buildings survive for many decades. Therefore, it is important to consider that long life-span, right from the beginning. Design decisions shouldn’t reflect a simple attempt to minimize initial construction costs; since those decisions will affect its future energy demands, its resistance to aging and other natural factors, its adaptability to alternate, unpredicted uses.
Energy is a pressing issue regarding the maintenance of a good standard of living. Fuel prices, fluctuations in demand, environmental implications, are among the many factors that have contributed to a new global awareness. Since buildings absorb a great deal of every country’s energy production, architecture is now becoming a central discipline in the debate for sustainability.

The DT House is an interesting example of applied energy-efficient principles in architecture. Designed by Jorge Graça Costa, it’s a simple, compact object that integrates accessible construction technologies with smart design solutions.
This young portuguese architect was soon interested by the implications of sustainability and energy efficiency in architecture. He developed an investigation practice in the field of bio-climatic architecture, receiving several awards for national and international competitions. Most noticeably, he won a gold medal for his participation in the International Design Competition Osaka 2005, promoted by the Japan Design Foundation under the theme «Energy – Sustainable and Enjoyable Life».
The DT House project was built on top of a hill, benefiting from open views over the surrounding landscape. Its composition explores the contrast between the social areas of the lower level and the private areas located on the upper floor. These result in distinctive volumes that are enhanced by the visibility of its structure and the different materials applied as external texture.
The design reflects the requirements of rational energy use, integrating solutions of passive cooling and heating as an alternative to more active, energy-dependent technologies. Natural lighting is also enhanced to better serve the lower level, where the social, collective functions, are located. Artificial lighting is supported by low consumption systems.
From the architectural design to the adequate definition of particular solutions, the DT House shows that it’s possible to integrate contemporary technologies and sustainable design solutions – good design as the support to good human comfort. The result is remarkable for its simplicity, sense of adequacy and economy, respecting the greater values of environmental sustainability that served as inspiration.

Architecture: Jorge Graça Costa.
Photography: Fernando Guerra (FG+SG).




Entrevista com o Arq.º Jorge Graça Costa


“ O FUTURO É A ARQUITECTURA BIOCLIMÁTICA = ALTA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA = AO PRAZER DE HOJE, SEM COMPROMETER O FUTURO ”

Jorge Graça Moura, o nosso entrevistado, não perca:

Arq.º Jorge Graça Costa
JORGE GRAÇA COSTA trabalha na área da sustentabilidade e eficiência energética dos edifícios. Concluiu o mestrado em ARQUITECTURA BIOCLIMÁTICA na Faculdade de Arquitectura de Lisboa (tese na área da Sustentabilidade e Eficiência Energética dos Edifícios) em 2006. Licenciou-se na Universidade Lusíada em 1998. No ano seguinte, iniciou a actividade por conta própria, sendo autor de vários projectos na área da sustentabilidade e da eficiência energética de edifícios.

Em 2004, venceu, em colaboração com os arquitectos Jorge Conceição e Rui órfão, o Prémio da Direcção-Geral de Geologia e Energia – Eficiência Energética de Edifícios (atribuído ao Jardim-de-infância e Escola do Ensino Básico do Alto da Faia, em Telheiras, Lisboa).

Em 2006, venceu a medalha de ouro “GOLD PRIZE - MINISTER OF ECONOMY, TRADE AND INDUSTRY PRIZE” do concurso internacional de design organizado pela Fundação Japonesa de Design e entidades governamentais nipónicas, que tinha por tema: Energy – Sustainable and Enjoyable Life (Energia - Vida sustentável).


Saint Gobain Glass – O que é a Arquitectura Sustentável?

Jorge Graça Costa – Para entendermos o que é a Arquitectura Sustentável temos que perceber primeiro o que é de facto o desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento sustentável poderá ser definido muito resumidamente como a melhoria da qualidade de vida a curto prazo, sem comprometer a qualidade de vida a longo prazo. Pode-se ainda considerar que a sustentabilidade abrange três vectores distintos – vector ambiental, vector social e vector económico.

A arquitectura sustentável é então aquela que engloba de uma forma holística estes três vectores tendo como condição primária o objectivo de que todos os membros da sociedade possam determinar e atingir as suas necessidades sem comprometer a possibilidade das gerações futuras poderem atingir as suas.

SGG – E como se enquadra nesse contexto a Arquitectura Bioclimática?

JGC – Discute-se cada vez mais a racionalização da energia e, por outro lado, o consumo de energia aumenta na mesma proporção em que as condições de habitabilidade exigem uma climatização mais eficaz, aumentando consequentemente o consumo dos recursos naturais. É ainda de assinalar, o crescente consumo de energia eléctrica no arrefecimento e na iluminação dos edifícios modernos, mais comandados pelas cargas internas e ainda penalizados pela forte radiação solar, pois são muitas vezes projectados menosprezando o clima. A busca de soluções inovadoras e de uma organização espacial, nem sempre tem em mente a preocupação ambiental da racionalização de energia e do conforto do utilizador.

A aplicação de princípios bioclimáticos em edifícios é um factor essencial para a redução do consumo energético e das emissões de Carbono no sector dos edifícios. A Arquitectura bioclimática é aquela que, durante o projecto do edifício, tem em conta as condições climáticas a que estará sujeito o edifício e a utilização de sistemas solares passivos, de forma a aumentar a eficiência energética. A Arquitectura Bioclimática (arquitectura da alta eficiência energética) pressupõe a satisfação de exigências de conforto térmico de modo sustentável, isto é, moderação na utilização de recursos energéticos e contenção na degradação ambiental. Como tal, e sabendo que um edifício bioclimático pode consumir 10 vezes menos energia para aquecimento do que um edifício convencional, este tipo de arquitectura revela-se uma boa opção para o aumento da eficiência energética dos edifícios. O custo adicional de um edifício bioclimático ronda os 3-5% para edifícios novos. Este investimento inicial será amortizado em poucos anos tendo em conta a vida útil do edifício pelo que, em termos ambientais e em termos económicos, os edifícios bioclimáticos são largamente compensadores.

SGG – Como se enquadra a sua arquitectura e estas preocupações de um modo efectivo? Pode-nos dar um exemplo concreto?

JGC – Quando inicio qualquer projecto, independentemente da sua escala, tenho sempre presente a definição de sustentabilidade existente no relatório ”Our Common Future” de 1987, elaborado pela Sr.ª Primeira-Ministra Norueguesa, Gro Brundtland: “O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as nossas necessidades sem comprometer a possibilidade das futuras gerações satisfazerem as suas.”

Pressupõe-se então que o ideal será o edifício resistir à passagem do tempo, adaptar-se a diferentes necessidades, permitindo a continuidade da sua função e eventualmente comportar diferentes usos, integrando uma visão holística de sustentabilidade incorporando em todo o processo uma gestão racional dos recursos como a energia, a água e impacto dos matérias utilizados na construção (entre outros factores a ter em linha de conta).

Foi com base nestas premissas que foi elaborado o projecto Casa DT, um edifício unifamiliar localizado em Oeiras, este projecto de Arquitectura Sustentável foi desenvolvido com directrizes muito fortes em relação ao respeito pelo ambiente e eficiência energética e pretende incorporar, à sua escala, uma forte mensagem em prol da sustentabilidade.

Este projecto comprova que é possível através da gestão racional dos recursos, exploração do potencial climático do local, dos materiais e tecnologias modernas garantir a integração do conforto humano na habitação. A conjectura destes factores traduziu-se numa notável mais valia a nível da economia de projecto e da sustentabilidade ambiental através da gestão racional dos recursos ambientais e energéticos.

SGG – Qual é o estado da arte para a resolução desta problemática?

JGC – A concepção de edifícios tem sofrido uma importante transformação devido aos aspectos energéticos e ambientais que lhes estão associados. O Protocolo de Quioto impõe um tecto nas emissões para a atmosfera de dióxido de carbono e outros gases responsáveis pelo aumento do efeito de estufa que contribuem para o aquecimento global. Para isso, impõe-se a criação de mecanismos de actuação e a definição de políticas de curto e médio prazo que reduzam as emissões daqueles gases. Este grande objectivo é portanto um compromisso nacional que tem de envolver toda a sociedade, sob a liderança da Administração, a quem compete coordenar todas as acções que levem ao resultado desejado.

O dióxido de carbono, o mais representativo de entre os gases que contribuem para o aquecimento global, resulta essencialmente da combustão de combustíveis fósseis, para a produção de calor e de electricidade ou fonte motriz nos transportes. Dado que a energia é repartida pelos vários sectores de actividade, nomeadamente a indústria, os edifícios (residenciais e de serviços) e os transportes, torna-se necessário estabelecer medidas de actuação, de âmbito sectorial, que conduzam ao estabelecimento de "quotas" de emissões por sector, para que seja possível gerir a respectiva contribuição para o objectivo global.

Portugal é um país fortemente dependente das importações de combustíveis fósseis (Petróleo, Carvão e Gás Natural). . O actual modelo baseado na queima de combustíveis fosseis é insustentável. A alternativa é mudarmos o paradigma e apoiarmos um modelo energético baseado na eficiência energética e nas energias renováveis. O que poderá ser fortemente impulsionado com a legislação em vigor do novo RCCTE.

SGG – E para onde vamos? Quais são as “novas” boas práticas que o mercado implica e reclama sobre esta matéria?

JGC – Sempre defendi que cabe aos Arquitectos, durante o acto da concepção arquitectónica inovar e modernizar, mas para além disso deverão incluir procedimentos projectuais que permitam a racionalização dos recursos energéticos, proporcionando um Desenvolvimento Sustentável com base na Eficiência Energética, recorrendo à gestão racional dos recursos apoiado por fontes de energia renováveis tirando proveito dos benefícios económicos e ambientais que daí poderão advir.

A elaboração de projectos de Arquitectura justifica ainda uma crescente reflexão sobre o modo como os técnicos encaram o desenvolvimento dos mesmos. Tendo em conta as condições climáticas locais, conforto no interior dos edifício e a rentabilidade económica do mesmo, a legislação recentemente aprovada, tem como objectivo promover a melhoria do desempenho energético dos edifícios tornando simultaneamente obrigatório a sistemas de energia solar térmica devido aos benefícios ambientais e económicos obtidos.

SGG – Como relaciona a Arquitectura Sustentável com o vidro? E como o tema se relaciona com estas novas boas práticas?

JGC – Um dos factores ambientais a de a ter em linha de conta em qualquer projecto é a relação visual interior/exterior e a maximização da iluminação natural, contribuindo para a diminuição dos consumos em iluminação artificial, o que é conseguido através de elementos translúcidos (elementos não opacos), a solução mais eficaz para satisfazer este requisito é a incorporação de elementos vítreos na construção.

O vidro é considerado como envolvente não-opaca no entanto é de notar que as principais trocas térmicas numa edificação acontecem geralmente a partir destes elementos transparentes como as janelas, clarabóia (iluminação zenital), e outros. Trocas por condução e convecção (comportamento semelhante ao dos elementos opacos mas com a possibilidade do controlo das trocas de ar entre o interior e exterior, abrindo ou fechando estes elementos).

A radiação é de longe o principal factor a ter em linha de conta porque uma parcela significativa é transmitida para o interior do edifício. O que pode ser um grande aliado a nível da Arquitectura Bioclimática quando estes elementos são bem orientados e bem dimensionados, pois permite ganhos solares no Inverno o que ajuda a manter as temperaturas interiores próximas da zona de conforto térmico. No Verão o uso de protecções solares em elementos não opacos é um recurso importante para reduzir os ganhos térmicos excessivos e o melhor modo de protecção é a protecção externa (fixas ou móveis) dimensionada adequadamente, podem garantir a redução da incidência da radiação quando necessária sem interferir na iluminação natural.

Existem diferentes tipos de vidros, com capacidades distintas pois podem absorver, reflectir ou transmitir radiação solar. No projecto da Casa DT (Casa Sustentável em Oeiras) o projecto acompanhado pela equipa técnica da SGG desde o inicio tendo em vista a eficiência energética e o conforto térmico como um objectivo primordial a atingir, com este objectivo em mente foram estudadas em conjunto pelo atelier com o valioso acompanhamento da SGG, as melhores soluções atendendo à dimensão e orientação dos vãos, permitindo deste modo ganhos solares muito significativos no Inverno a Sul. Este e outros factores tidos em linha de conta no projecto permitiram verificar (através de uma simulação dinâmica) que a Casa DT necessita 3 vezes menos energia no Inverno e 4 vezes menos energia no Verão, quando comparada com uma casa de igual valência, o que na prática se traduz em ausência de necessidades de arrefecimento n Verão e uma diminuição significativa de consumos energético (quase inexistentes) para o aquecimento no Inverno. A poupança de consumos energéticos (aquecimento, arrefecimento e iluminação) foi convertida em emissões de CO2 calculadas segundo o Protocolo de Gases de Efeito de Estufa (GHG Protocol Corporate Accounting and Reporting Standard), sendo evitadas o total de 8 toneladas de emissões de CO2.

Calculando o efeito cumulativo de emissões de gases com efeito de estufa (CO2) até 2050. Verifica-se que a Casa DT poupará cumulativamente até 2050 cerca de 350 toneladas de CO2, quando comparada com uma casa de igual valência, o que é realmente significativo se pensarmos nestes números a uma escala maior.

Casas bioclimáticas são mais confortáveis

Casas bioclimáticas são mais confortáveis
Os edifícios bioclimáticos permitem um ambiente mais confortável e gastam menos energia, sendo mais económicos, mas os portugueses ainda resistem a optar por estas casas, por falta de sensibilização e também pelo preço inicial, que pode ser mais elevado, escreve a Lusa.

A orientação do edifício, com as divisões mais utilizadas viradas a sul, a distribuição das áreas envidraçadas, a ventilação e a forma de utilizar os materiais são factores decisivos para obter uma casa bioclimática, ou seja, uma casa que «responde» bem às condições do clima, sem grandes necessidades energéticas.

Porém, na hora de comprar um imóvel, os portugueses não questionam a eficiência energética da construção, como já fazem quando adquirem um frigorífico, por exemplo. Estão mais preocupados com o preço e a localização do novo lar.

Segundo alguns técnicos do sector, as casas bioclimáticas apresentam um preço inicial mais elevado, um acréscimo recuperado a médio ou longo prazo, com a redução dos custos energéticos. Outras opiniões referem que se trata de usar os mesmos materiais, mas de forma diferente, o que não implica aumento de investimento.

“A arquitetura bioclimática consiste em projectar um edifício tendo em conta a sua envolvência climatérica e as características do local» de modo a «maximizar o conforto ambiental no interior”, na temperatura e humidade, mas também na acústica, luminosidade e qualidade do ar, referiu à Lusa o director técnico da consultora Carbono Verde, Pedro Carvalho.

Pretende-se “ter o máximo conforto térmico com o mínimo consumo de energia”, resumiu o técnico, salientando que não basta passar a habitar um edifício bioclimático, é “fundamental” que os consumidores saibam utilizá-lo, caso contrário “pode gastar-se tanto como uma casa não bioclimática”.

O responsável pelo sistema de avaliação de sustentabilidade LiderA, Manuel Pinheiro, defendeu que “fazer casas bioclimáticas não é mais caro do que fazer das outras”, já que se trata de optar por uma forma de construção, tendo cuidado com alguns pontos, como a orientação do edifício ou o isolamento. No entanto, “tem de ser pensado no projecto”.
Manuel Pinheiro realçou que a construção tradicional, que atendia às condições do clima, perdeu terreno, “mas está a ser retomada, a diferentes níveis” e começa a haver no mercado procura para este tipo de casa.

Fonte: Diário IOL - http://diario.iol.pt/