Casas bioclimáticas são mais confortáveis
Os edifícios bioclimáticos permitem um ambiente mais confortável e gastam menos energia, sendo mais económicos, mas os portugueses ainda resistem a optar por estas casas, por falta de sensibilização e também pelo preço inicial, que pode ser mais elevado, escreve a Lusa.
A orientação do edifício, com as divisões mais utilizadas viradas a sul, a distribuição das áreas envidraçadas, a ventilação e a forma de utilizar os materiais são factores decisivos para obter uma casa bioclimática, ou seja, uma casa que «responde» bem às condições do clima, sem grandes necessidades energéticas.
Porém, na hora de comprar um imóvel, os portugueses não questionam a eficiência energética da construção, como já fazem quando adquirem um frigorífico, por exemplo. Estão mais preocupados com o preço e a localização do novo lar.
Segundo alguns técnicos do sector, as casas bioclimáticas apresentam um preço inicial mais elevado, um acréscimo recuperado a médio ou longo prazo, com a redução dos custos energéticos. Outras opiniões referem que se trata de usar os mesmos materiais, mas de forma diferente, o que não implica aumento de investimento.
“A arquitetura bioclimática consiste em projectar um edifício tendo em conta a sua envolvência climatérica e as características do local» de modo a «maximizar o conforto ambiental no interior”, na temperatura e humidade, mas também na acústica, luminosidade e qualidade do ar, referiu à Lusa o director técnico da consultora Carbono Verde, Pedro Carvalho.
Pretende-se “ter o máximo conforto térmico com o mínimo consumo de energia”, resumiu o técnico, salientando que não basta passar a habitar um edifício bioclimático, é “fundamental” que os consumidores saibam utilizá-lo, caso contrário “pode gastar-se tanto como uma casa não bioclimática”.
O responsável pelo sistema de avaliação de sustentabilidade LiderA, Manuel Pinheiro, defendeu que “fazer casas bioclimáticas não é mais caro do que fazer das outras”, já que se trata de optar por uma forma de construção, tendo cuidado com alguns pontos, como a orientação do edifício ou o isolamento. No entanto, “tem de ser pensado no projecto”.
Manuel Pinheiro realçou que a construção tradicional, que atendia às condições do clima, perdeu terreno, “mas está a ser retomada, a diferentes níveis” e começa a haver no mercado procura para este tipo de casa.
Fonte: Diário IOL - http://diario.iol.pt/
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