When You Believe- Whitney Houston, Mariah Carey

terça-feira, 19 de julho de 2011

Projecto vai recuperar edifícios degradados nas cidades a custo zero

Projecto vai recuperar edifícios degradados nas cidades a custo zero
18 de Julho, 2011

O projecto Reabilitação a Custo Zero, vencedor da iniciativa FAZ – Ideias de Origem Portuguesa, vai iniciar a recuperação de um edifício no centro do Porto, com participação de estudantes universitários e doação de materiais por empresas de construção.
Um dos mentores da ideia, José Paixão, explicou à agência Lusa que o projecto «consiste em criar uma organização sem fins lucrativos que permita a senhorios carenciados, privados ou camarários, reabilitar o seu património, devoluto ou degradado, a custo zero».

Para concretizar o plano, recorre-se a estudantes de arquitectura e engenharia europeus que se voluntariam para vir para Portugal conceber e realizar as reabilitações e são usados materiais de construção doados por empresas fornecedoras a troco de isenções fiscais.

A supervisão técnica das obras fica assegurada pelas universidades locais, através dos cursos de reabilitação das áreas da engenharia e arquitectura.

«O grande impacto pretendido é o repovoamento dos centros urbanos e a dinamização da cidade como máquina de transformação social», defendeu José Paixão.

Sendo uma organização sem fins lucrativos, «os materiais doados por empresas fornecedoras são considerados mecenato social» e tidos em conta em sede de IRC (Imposto sobre Rendimentos Colectivos), explicou.

O processo inicia-se com o contacto com os proprietários carenciados e o acordo para ser feita a reabilitação a custo zero pelos estudantes que «vêm para Portugal num programa a médio ou longo prazo, formalizado em termos semelhantes a um Erasmus, com equivalência nas suas escolas na Europa».

José Paixão adiantou que o projecto já tem interessados, proprietários e empresas, e está previsto avançar com um projecto-piloto, com um prédio devoluto que pertence à Câmara Municipal do Porto, situado no centro da cidade, em «plena Ribeira», para «mostrar que o projecto funciona».

Este prédio deverá ter uma componente de habitação social e de outra de acolhimento de empresas start-up, de indústrias criativas.

As empresas de materiais de construção interessadas pretendem publicitar a sua actividade, nomeadamente a nível internacional, através dos estudantes, futuros profissionais no sector nos seus países.

«O sistema é sustentável e os recursos necessários ao seu funcionamento vão ser gerados pelo próprio sistema de actividades e são previstas fontes de rendimento», como a publicidade nas fachadas nos edifícios reabilitados, possibilidade de realizar um programa televisivo a acompanhar o desenvolvimento do projecto ou a introdução de uma pequena comissão no arrendamento, por um determinado tempo, especificou o mentor do projecto.

Para José Paixão, o prémio da Calouste Gulbenkian e da Talento representa um «voto de apoio e o acreditar da parte das fundações e do júri no projecto» e vai «facilitar as relações com outras entidades».

A iniciativa FAZ – Ideias de Origem Portuguesa destina-se aos cidadãos de nacionalidade portuguesa e luso-descendentes e premeia uma boa ideia nas áreas da inovação social, ambiente e sustentabilidade, inclusão social, diálogo intercultural e envelhecimento, através de um apoio financeiro de 50 mil euros.

Esta ideia foi escolhida entre 203 apresentadas, provenientes de 28 países dos cinco continentes.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=24386