When You Believe- Whitney Houston, Mariah Carey

sábado, 18 de fevereiro de 2017

25 Dicas para uma casa mais sustentável

25 Dicas para uma casa mais sustentável



Aline Delgado - QUERCUS A.N.C.N.
Comprar, construir ou arrendar uma casa é uma decisão que envolve
muitas questões. Se pretende mudar de casa, é a altura certa para
olhar para o futuro espaço de forma sustentável, para que seja social,
económica e ambientalmente equilibrado.

Comprar, construir ou arrendar uma casa é uma decisão que envolve muitas
e importantes questões. Se pretende mudar de casa, eis a altura certa para
olhar para o futuro espaço de forma mais sustentável. A Quercus vai tentar
ajuda-lo nesta decisão, de forma a torná-la social, económica e
 ambientalmente equilibrada. Apresentando 25 sugestões, vamos tentar
contribuir para que a sua decisão seja o mais próxima dos seus padrões
de conforto, “poupando na sua carteira” ao mesmo tempo que
“poupa no ambiente”!


1. A localização de um edifício é muito importante no que respeita às
 necessidades térmicas do espaço interior. Estas necessidades estão
contempladas no Regulamento de Características de Comportamento
Térmico dos Edifícios (RCCTE), onde se apresentam estratégias que
contribuem significativamente para a melhoria do desempenho térmico
 dos edifícios. Procure aconselhamento especializado para verificar se a
casa que vai habitar cumpre este Regulamento tanto para a situação de
 Verão como para a situação de Inverno.

2. Prefira um local arejado com pouco trânsito automóvel, o que se traduz em
menos poluição e, bem servido de transportes públicos, para que os possa usar
em alternativa. Se lhe for possível habitar próximo do seu local de trabalho,
 desloque-se a pé. Far-lhe-á bem à saúde e contribuirá para um ambiente
mais saudável.


3. O Sol é a nossa maior fonte de energia. Tire disso o melhor proveito
escolhendo uma casa maioritariamente orientada a Sul de molde a
minimizar consideravelmente as necessidades de aquecimento durante a
estação de Inverno. A radiação solar incide nas janelas de vidro e aquece de
 forma natural o espaço interior.

4. Durante a estação de Verão, há que impedir o sol de incidir nas janelas
voltadas a Sul, verifique se as janelas possuem uma protecção pelo lado
exterior: uma pala, persiana ou até vegetação (de folha caduca no Inverno).

5. Se a casa que vai habitar tiver janelas orientadas a nascente (Este)
ou poente (Oeste) necessita obrigatoriamente de persianas exteriores,
pois é nestas orientações que o sol incide mais horizontalmente. É imperativo,
 durante a situação de Verão, correr estas persianas, protegendo o vidro,
pela manhã a Nascente e ao final da tarde a Poente.

6. O lado Norte da casa deve ser reservado a W.C.s, arrumos, ou outras
divisões que necessitem de poucas aberturas (ou mesmo nenhuma) para
o exterior. É nesta orientação que se originam grandes perdas térmicas através
 do vidro durante a estação fria. Se for impossível a escolha de uma casa
 sem divisões orientadas a Norte, então tenha sempre presente esta questão.

7. As fachadas envidraçadas originam grandes ganhos térmicos na estação
 quente e perdas térmicas muito consideráveis durante a estação fria,
o que implica sistemas de climatização adicionais para corrigir este efeito.
A área de envidraçado de uma divisão não deve ultrapassar 15% da área
 de pavimento dessa divisão.


8. Devemos também tirar partido do sol no que respeita a iluminação.
Prefira divisões iluminadas naturalmente para minimizar a necessidade
de iluminação artificial. Existem no mercado equipamentos de transporte
de luz natural para divisões não iluminadas. Este “transformador de luz natural”
 canaliza a luz do exterior para o interior.

9. Sempre que necessária a iluminação artificial, opte por lâmpadas de baixo
consumo e por iluminação localizada (só apenas onde é de facto necessária).
Esta iluminação deverá ser provida de dispositivos para regulação
do ambiente luminoso.

10.
 Se a casa que vai habitar ainda não possui equipamentos
electrodomésticos, prefira, sempre que possível, os de Classe A,
mais eficientes no que respeita ao consumo de energia e ao contrário
do que se pensa não são necessariamente mais caros.


11. A localização e orientação solar, bem como a construção do edifício,
é determinante para se ter uma casa confortável, do ponto de vista térmico.
Verifique na Ficha Técnica da Habitação (FTH) como são as paredes exteriores
 do edifício. Deverá optar por soluções de parede dupla com isolamento
ou parede simples com isolamento pelo exterior da parede.

12. O isolamento térmico adequado é determinante para evitar perdas de
calor no Inverno ou ganhos de calor no Verão, mantendo assim uma
temperatura constante no interior de sua casa. Prefira um material de isolamento
 com um baixo índice de condutibilidade térmica (U-value), mas com baixo
teor de energia incorporada (energia consumida desde a extracção da
matéria prima até ao produto final).

13. Verifique as caixilharias e o vidro. Aquelas com corte térmico
(são fabricadas de forma a promover uma redução da transmissão térmica
 entre 40% a 60%) e vidro duplo são as mais indicadas do ponto de vista
 de conservação de energia. No entanto, deverá optar por caixilharias com
 grelhas de ventilação, para facilitar a renovação do ar.
 
14. Dê especial importância aos materiais utilizados, preferindo os de baixo
impacte ambiental, não só na sua produção, mas também ao longo da sua
vida útil. Informe-se sobre o poder de reutilização ou reciclagem dos
materiais utilizados na sua casa.

15. É importante escolher materiais homologados e/ou com marcação CE e,
nos casos mais importantes, solicitar os certificados de conformidade de
 acordo com as especificações aplicáveis, emitidos por entidades idóneas e
 acreditadas, seguindo as instruções dos fabricantes para a aplicação dos mesmos.

16.
 Verifique se a cobertura do edifício (terraço ou telhado), está adequadamente
 isolada (poderá fazê-lo através da FTH). Prefira um isolamento imputrescível
e resistente à água, preferencialmente colocado sobre a laje e sobre a camada de impermeabilização.

17. Se o pavimento de sua casa estiver em contacto com o solo, opte por
 isolantes térmicos imputrescíveis e resistentes à água, ou pavimentos
com caixa-de-ar e devidamente impermeabilizados para evitar perdas
térmicas ou outras patologias associadas através do solo (estas soluções
construtivas devem vir explicadas na FTH)

18. A renovação do ar interior é muito importante para que se mantenham
as condições de salubridade interior nos edifícios. Uma casa insuficientemente
 ventilada poderá gerar humidade através dos vapores que se formam, afectando
 o conforto ou mesmo a saúde dos habitantes. Verifique se as caixilharias
possuem dispositivos que permitem a ventilação.

19. As cores utilizadas nas fachadas e coberturas também influenciam o
conforto térmico. Seja selectivo na escolha da cor de sua casa, considerando que,
 as cores claras não absorvem tanto o calor como as cores mais escuras
(enquanto uma fachada branca pode absorver só 25% do calor do sol,
a mesma fachada, pintada com cor preta, pode absorver o calor do sol em 90%).


20. Se a casa que pensa habitar está provida de equipamentos que funcionam
 à base de energia renovável, tanto melhor! Se vai construir é altura de os
aplicar. De entre os vários existentes no mercado destacam-se:

Colectores solares térmicos

Estes equipamentos captam a energia do Sol e transformam-na em calor,
permitindo poupar até 70% da energia necessária para o aquecimento de água.
O RCCTE diz que todos os edifícios novos com condições de exposição solar
adequada serão obrigados a ter, sempre que seja tecnicamente viável.

Painéis solares fotovoltaicos

Estes painéis constituem uma das mais promissoras formas de aproveitamento
de energia solar. Por meio do efeito fotovoltaico, a energia contida na luz do Sol
 é convertida em energia eléctrica. Estes sistemas podem ser utilizados em locais
 isolados, sem rede eléctrica, ou como sistemas ligados à rede.

Bombas de calor geotérmicas

São sistemas que aproveitam o calor do interior da Terra para o aquecimento
do ambiente. Actuam como máquinas de transferência de calor. No Inverno,
absorvem o calor da Terra e levam-no para sua casa. No Verão, funcionam
como ar condicionado, retirando o calor de sua casa para arrefece-lo, no solo.
Mini-turbinas eólicas

A energia do vento acciona estes sistemas para fornecer electricidade a uma
micro-escala. Embora as micro-turbinas eólicas mais comuns sejam colocadas
 no terreno, existem umas de pequena dimensão que podem ser colocadas
no topo das habitações. Podem significar uma redução do consumo de electricidade
 de 50% a 90%.

Sistemas de aquecimento a biomassa

A biomassa pressupõe o aproveitamento da matéria orgânica (resíduos
provenientes da limpeza das florestas, da agricultura e dos combustíveis
resultantes da sua transformação). Em casa, este tipo de matéria pode ser utilizada,
 por exemplo, em sistemas de aquecimento, representando importantes
vantagens económicas e ambientais.


21. Existem no mercado torneiras de regulação do fluxo de água, que permitem
 reduzir o caudal estimulando a poupança deste recurso. Se a casa que
vai habitar não possui estas torneiras, existem peças acessórias redutoras de caudal.

22. Verifique se os autoclismos são providos de dispositivos de dupla
 descarga que induzem poupança de água. (Poderá ainda colocar quando possível,
 uma ou duas garrafas de água com areia no interior, dentro do depósito
do seu autoclismo. Isso significa poupar até 3 litros de água por descarga).

23. Se vai construir a sua casa e tem terreno disponível, tem a possibilidade
 de a equipar com mini estações de tratamento de água ou mini cisternas de
armazenamento de águas pluviais, para posteriores utilizações em descargas
 não potáveis (como regas de jardim, autoclismos ou lavagem de automóveis).



24. No caso de vir a habitar um edifício de vários condóminos, verifique se
no prédio existe espaço destinado a contentores adequados à separação
de resíduos domésticos.

25. Dentro de sua própria casa opte sempre por um depósito de resíduos
 domésticos com pelo menos três divisões para estimular a separação
destes resíduos.
 Para terminar, se tiver oportunidade de reabilitar em vez de construir de
novo, e se essa opção for economicamente viável, está desde logo a ter
uma atitude mais sustentável. Reabilitar um edifício existente possibilita a
 diminuição dos impactes resultantes da energia associada à produção de
um novo e da extracção das respectivas matérias-primas, para além de
contrariar a tendência do crescimento urbano excessivo e a ocupação e
impermeabilização de novas áreas de solo importantes para a conservação
 dos valores e equilíbrios naturais e para as várias actividades humanas!


Site: www.quercus.pt

E-mail: construcaosustentavel@quercusancn.org

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